sábado, 12 de dezembro de 2009
Sem paletó por Caio Caprioli
DEPRESSÃO PÓS-FACULDADE - DPF
Você passa quatro anos indo para o mesmo lugar todos os dias, vendo as mesmas pessoas, falando sobre o mesmo assunto, agüentando os mesmos professores chatos, idolatrando os mesmos professores ótimos, reclamando dos mesmos problemas, comendo o mesmo salgado, bebendo no mesmo boteco fedido.
Você passa quatro anos querendo sair mais cedo da aula, todos os dias contando as moedas pra tirar mais uma das milhares de xerox, se revoltando com a quantidade de páginas da xerox, se desesperando nas provas, quebrando a cabeça pra fazer uma pauta, deixando de dormir até mais tarde no fim de semana pra fazer o tal do trabalho, indo dormir mais tarde pra fazer o tal do trabalho.
Isso tudo, sem contar o último ano, em que todos esses fatores são multiplicados por quantas vezes você achar melhor.
E lá vem a monografia, que tira seu tempo, seu sono, sua paciência, seus fins de semana, seus feriados, suas refeições bem feitas, seu namorado, suas noites bem-dormidas, sua diversão.
Mas, em compensação você ganha, entre os itens que mais se destacam, um belo par de olheiras e aversão à gráficas (incluindo as pessoas que lá trabalham) e impressoras (um grande parabéns aos que não quebraram ou não deram pelo menos um soco em alguma).
Não podemos deixar de citar as brigas com o seu grupo ou com uma colega de classe e as incontáveis vezes em que você escreveu, reescreveu, editou, gravou, fotografou, deletou tudo e começou de novo.
Chega o grande dia e junto com ele, um imenso alívio. É isso. Acabou.Tchau. Bye bye. Até mais. Te vejo por aí.
Você trabalha e depois das 18h vai para casa. No dia seguinte também. E no outro, e no outro.
Alguns arrumam outras atividades pra ocupar o tempo. Outros simplesmente vão pra casa, sentam-se no sofá e assistem tv, dormem, comem, babam na almofada sem se importar em ver o tempo passar. Mas, têm também aqueles que sentem um enorme vazio.
Cadê os meus amigos pra conversar?
E os textos que eu tinha pra ler?
Para onde foram professores que eu parava para trocar idéia no corredor?
Cadê tudo o que eu fazia todos os dias?
Cadê as pessoas que eu convivia?
Acabou?
É meu amigo, está com esses sintomas? Então você está com a tal da DPF-Depressão pós-faculdade.
Tudo aquilo que você xingou por anos, agora faz uma falta enorme aí na sua vida. Ficou um buraco. E se você não aproveitou, esse buraco fica ainda maior.
Portanto, se durante os quatro anos você não quis comer aquele salgado gorduroso, tomar a cerveja no boteco da esquina, comprar a trufa que sua colega vendia, fazer a pauta, escrever a matéria, gravar o programa, pegar a sonora , fotografar o fulano, diagramar o texto, estudar pra prova, pedir pro professor tirar sua falta, conversar durante a aula e tomar bronca, dar uma de nerd e responder o que o professor pergunta e muito, muuuuito mais… Perdeu.
Se você está entrando na faculdade agora, aproveite cada minuto. Xingue, mas não deixe nada passar.
Agora, se assim como eu, você fez tudo isso e com muito orgulho, curta a saudade, reencontre os amigos e professores e lembre-se que essa foi uma das melhores épocas da sua vida.
E que, da faculdade, você tire pelo menos esta lição: os momentos e as pessoas são únicos !!!
E as oportunidades também.
Vai deixar saudades!!!!!
Nossa amizade não é só para momentos de sinergia...
Shuelen, Cris, Marcelinho e eu nos conhecemos no primeiro ano de faculdade, mas foram nos últimos que vivemos as situações que provariam que a nossa amizade é para qualquer hora e situação.
Marcelinho: o pensador
Tem sempre uma frase adequada para cada situação. As mais marcantes foram:
“Se não sabe ajudar, atrapalhe. O importante é participar!”
“Se o problema não tem solução, porque se preocupar? Se o problema tem solução, porque se preocupar?”
“Nada é tão ruim que não possa ficar pior.”
“No final tudo acaba bem, se ainda não está bem, é porque não acabou.”
“Eu gosto é da desvantagem.”
Seu maior sonho é se afogar num tsunami de cerveja e suas maiores qualidades são a generosidade e companheirismo.
Cristiane: poderosa e charmosa
Suas principais características são o alto astral, o charme e a maneira como se dedica às suas paixões.
Muito batalhadora não mede esforços para realizar seus sonhos (luta sozinha se preciso) e ainda tem um tempinho para dar uma força e ajudar os amigos.
Shuelen: a encanada
A mais humilde de todos; sua família e os amigos estão sempre em primeiro lugar.
Sua generosidade é tão grande que não pensa duas vezes para dividir o que tem. Está sempre grilada com medo de atrapalhar ou incomodar alguém.
É a que tenta aliviar as tensões nas eventuais discussões do grupo.
Luiz Cláudio: o privilegiado
Com estes três aprendi o verdadeiro sentido e valor da amizade. Nossos momentos de descontração e dor ficarão marcados para sempre em minha história que um dia será contada para meus filhos e netos (quero dizer, contarei quase tudo hehehehehe).
Cris, Marcelo e Shu...
É difícil demonstrar em gestos e palavras o quanto são importantes para mim, gostaria que soubessem que estes quatro anos valeram à pena porque estiveram ao meu lado.
Obrigado por me aceitarem como sou, por me mostrarem o lado divertido e desencanado da vida e por estarem comigo no momento mais difícil pelo qual passei.
A todos vocês muita sorte e sucesso e que Deus nos abençoe para o maior desafio de nossa amizade, o tempo e a distância.
Grande abraço
Luiz