Óbvio que o amor entre Romeu e Julieta seria trágico, também, os dois eram chatos ao extremo, uns melas cuecas sem tamanho. Até mesmo se conseguissem casar, não funcionaria a famosa sentença: “Até que a morte os separe”. Eles eram tão grudados, mas tão grudados que se mataram pra ficarem juntos no céu. Acho até que os anjinhos, puros e amáveis, acharam aquela relação um saco.
Nos dias de hoje, eu imagino que eles seriam aquele tipinho de casal que só faz programas com fondue, vinho e viagens a cidades com o clima frio.
Nunca organizam um churrasco e quando são convidados, pra um churrasco ou qualquer festa, eles levam alguma bebida – docinha - diferente, nunca é cerveja.
Romeu seria do tipo que beberia chá gelado e daria aulas de antropologia. Julieta uma vegetariana fervorosa que faria seleção do lixo.
Ela ligaria, de um em um segundo pra Romeu, perguntando se ele a ama. Ele responderia a todos e - sempre - com sim. Andariam de mãos dadas o tempo inteiro. Comemorariam aniversário de namoro todos os meses. Criariam um gato e se tratariam - na frente de todos - por apelidos íntimos e melosos.
Romeu teria mais cremes que Julieta. Ele nunca pensaria em amantes, ela, às vezes. Ele seria botafoguense e ela torceria apenas para o Brasil. Ainda teriam internet discada, dividiriam o mesmo perfil de uma comunidade online de relacionamentos. e não perderiam nenhum episódio da novela das oito. O T.O.C dele seria perceptível e a volatilidade dela, clara.
Eles se amariam, mas só – entre - eles.
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